José chegou ao Céu, no qual estava S. Pedro, sentado atrás duma secretária, e que lhe ordenou:
- Então, diz lá o que se passou!
- Bem, S. Pedro a minha mulher atraiçoou-me e eu suicidei-me.
- Mas conta lá, indagou S. Pedro, pois aqui no meu livro tu tomaste más atitudes...
- Bem, respondeu ele coçando a cabeça, um dia voltei para casa mais cedo, e deparei com a minha mulher nua e toda molhada. Mas reparei também que o seu cabelo estava seco, o que me levou a desconfiar que ela tinha estado com outro na cama. Sem mais, fui verificar a casa de banho e reparei que a banheira estava seca. Intrigado, fui investigar debaixo da cama, no quarto dos hóspedes, em suma, por todo o lado e, quando cheguei à varanda, deparei com um tipo agarrado, com as pontas dos dedos, ás grades, pelo lado de fora. Irritado, com os pés pisei-lhe os dedos e fiz com que ele caísse dali abaixo. Mas, como ele caiu em cima de uma sebe e não morreu, peguei no guarda fatos, e atirei-o para cima dele, matando-o...
- Ok, atalhou o S. Pedro, vai-te sentar ali naquela cadeira à espera da minha sentença, que agora tenho que atender outra pessoa. Diz lá tu ó Silveira o que se passou!
- Sabe S. Pedro, eu era electricista e estando um dia em cima dum telhado, escorreguei e caí do telhado abaixo. Mas, por sorte minha, consegui agarrar-me com a ponta dos dedos a uma varanda. Na hora menos pensada, apareceu alguém que me pisou os dedos e fez com que eu caísse abaixo. Mas como caí numa sebe não sofri algum dano. Quando ia a levantar-me olhei para o ar e vi um guarda fatos que me caiu em cima da cabeça, matando-me...
- Tá bem, vai-te sentar ali ao lado do José que ainda tenho que atender mais uma pessoa. Diz lá tu ó Manel o que se passou:
- Bom S. Pedro, murmurou este timidamente, um dia estava eu nu dentro de um guarda fatos...